quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Faz hoje um ano e um dia ...

Faz hoje um ano e um dia que iniciei este blog, tendo como objectivo apresentar textos escritos da minha autoria sobre temas relativos a Ciência e também a sua História. Queria escrever textos simples claros e curtos, com pequenas histórias falando sobre pequenas descobertas passadas e antigas. Gostaria que os meus textos motivassem os (hipotéticos) leitores para pesquisar mais sobre Ciência e conhecerem um pouco melhor a forma como a Ciência é feita.

Um factor que me motivou bastante foi não ser fácil encontrar na Internet informação acessível mas de fonte fidedigna sobre temas de Ciência, mesmo sobre temas actuais como as alterações climáticas. O que se encontra está escrito em inglês ou em português do Brasil. Foi por isso que escrevi O efeito de estufa explicado em 438 palavras e 1 figura.

Este facto transforma os artigos de imprensa nas melhores fontes de informação em português sobre Ciência. Mas as notícias são muitas vezes apresentadas com informações incompletas, quando não erradas. Por exemplo quando se noticiou o terramoto do Chile (27 de Fevereiro de 2010) os poucos artigos que tentaram explicar porque é que o terramoto tinha tornado os dias mais curtos, disseram que este tinha alterado o eixo de rotação da Terra. Mas O eixo de rotação da Terra é imune a terramotos!

Após um ano de escrita de textos (dos quais 8 se referem a logótipos comemorativos do Google sem nenhuma ligação directa à Ciência) cheguei à seguinte conclusão. Não é nada fácil escrever textos simples, claros e curtos.

Escolher o tema é fácil. Sites como o Science Daily (o meu preferido) apresentam todos os dias notícias sobre novas descobertas e sobre artigos com os resultados de experiências. Por vezes descobri estudos excêntricos como em Cabeças de chuveiro insuspeitas e A diferença está na dose!. Outras vezes descobri conceitos que desconhecia como em Terra à vista? ou em Quanto mais quente melhor. Outras fontes importantes são as revistas New Scientist, Scientific American e a Astronomy e o site da National Geographic (em inglês).

Escrever também não é complicado. Mais difícil é expor as ideias de forma simples, distribuídas por parágrafos curtos. Para ter a certeza que não estou a cometer nenhuma incorrecção nos conceitos científicos inerentes ao tema de um texto, pesquiso em várias fontes, quer na Internet quer em livros.

Sempre que a Google apresentou um logótipo alusivo a um acontecimento especial tentei escrever um texto. Destes o meu preferido é Parabéns a Hans Christian Andersen!. Descobri que este escritor dinamarquês, exímio na arte de cortar figuras em papel, visitou Portugal em 1866.


Depois há o número de palavras. Um texto com 600 palavras ou mais é muito massudo. Facilmente o leitor se perde nele. Julgo que o ideal seria mais ou menos 350 palavras. Os meus últimos textos têm entre 400 e 500, com tendência para diminuir, o que não é nada mau.

O número máximo de palavras e também a necessidade de explicar alguns conceitos científicos sem os quais alguns leitores poderão não compreender o assunto dos meus textos, levou-me à conclusão de que por vezes o melhor é dividir o texto em dois. Foi assim com a série Quanto mais quente, melhor! e Quanto mais quente melhor! – parte II, com a série Hidratos de metano, metano e mais metano e Evasão do metano nos mares da Sibéria, e finalmente com a série Dióxido de carbono, Oceanos e conchas e Fumarolas mostram consequências negativas de excesso de CO2 no mar. Esta última série está (por ora) incompleta, faltando um texto sobre a forma como o excesso de dióxido de carbono (CO2) influencia o sonar dos animais marinhos.

As figuras tornaram-se um complemento fundamental dos textos desde que um leitor me deu a dica de que iriam cativar mais os leitores. O primeiro artigo para o qual foi feita uma escolha cuidadosa de figuras foi A morada dos deuses, sobre Olympus Mons, a maior montanha de Marte (e também do Sistema Solar).

Penso que as figuras não só tornam os textos menos massudos, elas também permitem uma melhor compreensão de conceitos e a visualização de aspectos/objectos/seres vivos referidos no texto, como a figura de Terraços fresquinhos que indica a temperatura média de diferentes partes de uma rua.




Por vezes a simples presença de uma figura é suficiente para cativar o leitor. Vejam só esta fotografia de um de Os mais improváveis maus-da-fita!, tirada por Mark Mallory.




Em geral a escolha do título e das palavras-chaves fica para o fim, quando o texto já está terminado. Tento que o título seja o mais apelativo possível. A escolha das palavras-chave pode ser complicada. O ideal seria escolher até 4 palavras-chave mas por vezes é difícil decidir quais dos conceitos referidos no texto são os mais importantes.

A falta de tempo impediu-me de falar sobre muitos assuntos importantes. Aqueles que tenho mais pena de não ter apresentado no blog são sobre o tamanho do protão (algo com implicações muito importantes em Física e em Química – ver documento em formato pdf) e sobre uma trepadeira imparável chamado kudzu (Pueraria lobata). Para além de ser uma espécie invasora muito agressiva a sua presença provoca um aumento dos níveis de ozono na troposfera (camada da atmosfera mais próxima do solo). Embora seja importante na defesa contra os raios UV o ozono é muito tóxico, principalmente quando inalado.

A figura seguinte apresenta uma zona infestada de kudzu. No centro, invisível, está uma casa! Crédito fotográfico: Jack Anthony.



P.S.: Este é de longe o texto com mais palavras deste blog. São 905 palavras (926, se contarmos com esta frase)!

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