segunda-feira, 8 de março de 2010

Hidratos de metano, metano e mais metano.

Á temperatura ambiente o metano é um gás. É o principal componente do gás natural. É também um poderoso gás de efeito de estufa, com uma capacidade cerca de 25 vezes maior que o do dióxido de carbono.

Na natureza as maiores fontes de metano são regiões pantanosas, quando em condições de falta de oxigénio (ou seja, em condições de anaerobiose). O material orgânico (restos de animais e plantas) é decomposto por bactérias anaeróbias e forma-se metano. A produção de metano nas regiões pantanosas é um processo dependente da temperatura: quanto maior a temperatura ambiente maior a quantidade de metano produzido.

Nas condições certas de temperatura e pressão, grandes quantidades de metano (entre outros gases) podem ser “armazenadas” nos solos como hidratos de metano. Este material é constituído por moléculas de água formando estruturas em forma de gaiola, nas quais estão aprisionadas várias moléculas de metano. Um litro de hidrato de metano pode conter até 160 litros de metano.

A vista desarmada os hidratos de metano podem ser confundidos com gelo comum. Mas como se pode ver pela figura, ao contrário do gelo, o hidrato de metano “arde”.

Não se tem ainda a certeza da quantidade total de hidratos de metano existente na Terra. Pensa-se que os hidratos de gás (maioritariamente constituídos por metano) correspondem a mais de 50 % das reservas de carbono orgânico. Os EUA, o Canadá, o Japão, e outros países têm investigado a possibilidade de os hidratos de metano serem utilizados como fonte de combustível.

Actualmente sabe-se que os solos permafrost e os solos subaquáticos da região do Ártico são ricos em hidratos de metano. Nestes solos os hidratos de metano formam uma espécie de cimento que preenche os espaços livres entre os sedimentos e impede a passagem de gases para a atmosfera. Nos sedimentos marinhos a camada formada pelos hidratos de metano pode atingir alguns metros de espessura. A figura segunte apresenta uma amostra de solo contendo hidrato de metano (Estado de Oregon, EUA).

Estudos científicos desenvolvidos na região do Árctico, tanto a nível da costa como a nível da plataforma continental revelam que o aumento da temperatura média terrestre e (também) o consequente aumento do nível médio das águas do mar têm criado alterações, a nível de temperatura, suficientes para destabilizar as camadas de hidratos de metano, tanto nos solos terrestres como marinhos. Os hidratos de metano “desfazem-se” libertando enormes quantidades de metano para a atmosfera.

Esta situação é considerada muito grave devido a acção do metano como gás de efeito de estufa. Para além disso não se conhece actualmente a quantidade total de hidratos de metano presente na Terra. Investigadores de todo o mundo receiam que os hidratos de metano se tornem a maior fonte de metano no mundo, ultrapassando as regiões pantanosas (o maior contribuidor natural de metano atmosferico) ou até todas as fontes antropogénicas (ou seja que resultam directamente de actividade humana) juntas.

Créditos fotográficos e esquemáticos: (1) wikipedia (adaptado) ; (2) U.S. Department of Energy; (3) U.S. Geological Survey (adaptado); (4) wikipedia (adaptado).

Nota: Esta página (em inglês) do site da Epa tem lincks para outras páginas com informação diversa sobre o metano.

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