domingo, 30 de junho de 2013
Dez mil tenebrosos companheiros
quinta-feira, 7 de março de 2013
Março, o mês do cometa C/2011 L4 PANSTARRS
- Joe Rao, Bright New Comet Promises Skywatching Treat in 2013 – Space.com.
terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Parabéns a Nicolau Copérnico
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Quase passava despercebido…
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
quinta-feira, 23 de junho de 2011
Vem ai uma tempestade solar!
A figura seguinte é uma fotografia tirada pela Solar and Heliospheric Observatory à ejecção de massa coronal que aconteceu a 20 de Julho (em cima, ao centro). Crédito: NASA/SOHO.

Os primeiros cálculos da NASA, apresentados a 21 de Junho, indicavam que a nuvem de massa da corona solar ejectada (coronal mass ejection ou CME)se moveria no espaço a sensivelmente 800 km/h, esperando-se que atingisse a Terra amanhã, dia 23 de Junho. A animação seguinte, desenvolvida pela Community Coordinated Modeling Center, apresenta modelos 3D animados do movimento desta nuvem pelo sistema solar, incluindo a Terra (representada pelo pequeno círculo amarelo) (Crédito: NASA/CCMC).
Mas a NASA reviu entretanto estes cálculos: a nuvem desloca-se a uma velocidade menor, 650 km/h, e só vai atingir a Terra às 07h00min UTC (8h00m em Portugal Continental) de 24 de Junho. Ao atingir a Terra a nuvem vai gerar auroras visíveis em regiões próximas dos pólos magnéticos terrestres (as aurora boreais – as mais famosas – ocorrem “sobre” o pólo norte).
As auroras são uma das consequências da tempestade geomagnética que vai ser provocada pela nuvem de massa coronal ejectada a 20 de Junho. A NASA prevê que esta tempestade será de classe G1 (numa escala que vai de G1, mínimo, até G5, extremo).
Uma tempestade geomagnética é uma perturbação no campo geomagnético da Terra (campo magnético gerado pelo núcleo da Terra).As tempestades geomagnéticas de classe G1 podem provocar pequenas flutuações de potência eléctrica, algumas falhas em sondas e satélites e pode afectar animais migrantes (que utilizam o campo magnético terrestre para estabelecer trajectórias de migração).
Notas:
(1) A classificação de tempestades geomagnéticas baseia-se na variação sentida no campo magnético terrestre. Existe uma escala chamada escala K, que mede a variação do campo magnético terrestre num ponto da Terra durante um intervalo de 3 horas. A escala K vai de 0 a 9. O kp é um valor médio de K.Uma tempestade geomagnética de classe G1 tem um valor de kp de 5. Uma tempestade geomagnética de classe G1 tem um valor de kp de 9.
Este site da NOAA apresenta os valores de K para o continente norte-americano e os valores de kp medidos nos últimos três dias. O gráfico seguinte apresenta os valores de K entre 20 e 22 de Junho.

A estrutura da corona, a atmosfera exterior do Sol, depende de campos magnéticos fortes. Nos pontos onde os campos magnéticos estão fechados (muitas vezes acima de grupos de manchas solares) a atmosfera solar encontra-se confinada. Nestes pontos pode ocorrer a libertação súbita e violenta de bolhas de gás e de campos magnéticos chamadas ejecções de massa coronal.
Uma ejecção de massa coronal grande pode conter um bilhão de toneladas de matéria (da corona solar) que pode ser acelerada a vários milhões de kilómetros por hora numa explosão espectacular. A nuvem de massa coronal ejectada desloca-se pelo meio interplanetário, actuando sobre qualquer planeta, sonda ou satélite no seu caminho. As ejecções de massa coronal estão muitas vezes associadas com os flares, mas podem ocorrer de forma independente.
terça-feira, 21 de junho de 2011
AGoogle Comemora o Solstício de Verão


No Hemisfério sul, no entanto, hoje é o dia mais curto, assinalando o início do Inverno. A Google não esqueceu os habitantes o Hemisfério Sul. Takashi Murakami desenhou para eles um logótipo, comemorando o “O Primeiro Dia de Inverno”.

Este site (de onde foram retiradas as figuras) e este site apresentam mais informação sobre os solstícios e os equinócios de uma forma acessível.

quarta-feira, 15 de junho de 2011
A Terra escondeu o Sol da Lua

O eclipse começou às 17:24 GMT (18 h 24 m em Portugal Continental) e vai terminar às 23:00 GMT (24 h 00 m em Portugal Continental). A totalidade, altura em que a Lua está completamente à sombra da Terra dura 100 minutos, o mais longo eclipse desde Julho de 2000. A figura seguinte é um mapa-múndi, que mostra as zonas do planeta onde foi possível ver o eclipse lunar.

Durante a totalidade a Lua apresenta uma cor avermelhada. A figura seguinte mostra as diferentes fases de um eclipse lunar.
domingo, 20 de março de 2011
Poderá a estrela Gliese 581 ter planetas habitáveis?
A figura seguinte mostra os quatro planetas mais interiores do sistema estelar de Gliese 581, com maior destaque para Gliese 581g (Crédito: Lynette Cook/NASA).

Num sistema estelar a zona habitável é uma faixa circular em torno de uma estrela, em que é possível existir água no estão líquido. Para muitos investigadores o desenvolvimento de vida num planeta só é possível se esse planeta tiver água no estado líquido (ou seja, se estiver na zona habitável).
O estudo foca-se no sistema planetário de Gliese 581, uma estrela anã vermelha com um terço da massa do Sol, situada na constelação de Libra (Balança). Até agora são conhecidos seis planetas extra-solares que orbitam Gliese 581, identificados como Gliese 581b a Gliese 581g. A figura seguinte apresenta uma resumo sobre o Sistema Estelar de Gliese 581.

Gliese 581d e Gliese 581g, dois dos planetas que orbitam a estrela Gliese 581, situam-se na zona habitável. Estes planetas eram considerados até agora fortes candidatos a conter vida. Mas os resultados do estudo, baseados na aplicação de modelos matemáticos, parecem indiciar que o efeito da força de maré gerada pela acção estrela Gliese 581 sobre estes planetas os torna inabitáveis.

Segundo o estudo apresentado pela Astronomy & Astrophysics, a força de maré a proximidade da estrela Gliese 581 aos dois planetas da zona habitável, Gliese 581d e Gliese 581g, gera uma força de maré de efeitos mortais.
A figura seguinte faz uma comparação entre o Sistema Planetário de Gliese 581 (em cima) e o Sistema Solar (em baixo). Todos os planetas conhecidos que orbitam em torno da estrela Gliese 581 situam-se a uma distância dessa estrela bem inferior à distância da Terra ao Sol (Crédito: National Science Foundation/Zina Deretsky).


A força da maré também pode promover a sincronização entre o período de rotação e o período de translação. Ou seja o dia e o ano passam a ter a mesma duração. Isto já acontece na Lua: da superfície da Terra vemos sempre a mesma face da Lua, independentemente do dia do ano. Quando tal acontece apenas metade do planeta recebe luz directa da estrela. Em metade do planeta é sempre de dia (e as temperaturas são sempre muito altas) e na outra metade é sempre de noite (e as temperaturas são sempre muito baixas).
A força da maré gerada pela estrela Gliese 581 deforma os planetas, tornando-os mais alongados. É possível que o planeta Gliese 581f contribua para que a deformação, e, como tal, a forma dos planetas mais interiores varie com o tempo.
A variação da forma dos planetas Gliese 581d e Gliese 581g provoca uma forte fricção entre as rochas que compõem a crosta. Esta fricção gera calor interno, no interior do planeta, chamado tidal heating (que em português pode ser traduzido como “aquecimento de maré”).O tidal heating pode gerar uma forte actividade vulcânica.
(2) O caso mais conhecido de tidal heating é Io, uma lua (satélite natural) de Júpiter. A deformação variável de Io é promovida por Europa, outra lua de Júpiter. A orbita de Io está em ressonância com a órbita de Europa (por cada “volta” de Europa em torno de Júpiter, Io faz duas “voltas”) e por isso tem uma forte actividade vulcânica.

Este site fornece informações sobre a actividade vulcânica em Io e este site (em inglês) explica o fenómeno de tidal heating.
sexta-feira, 18 de março de 2011
A não perder: Super Lua no sábado!
A figura seguinte foi adaptada do original em inglês, que pode ser encontrado aqui.

É verdade que a Lua tem uma grande (e importante) influência sobre a Terra. As marés seguem os caprichos da Lua, porque a massa da Lua exerce uma força sobre as águas dos oceanos. As figuras seguintes foram tiradas num porto em New Brunswick, Canada, durante a maré alta (à esquerda) e durante a maré baixa (à direita).


(Crédito: NASA)
terça-feira, 15 de março de 2011
Tsunami: pequeno resumo!



Quando acontece no fundo do Oceano, o movimento repentino das duas placas cria um movimento de uma grande quantidade (volume) de água por cima da zona afectada, e está criado o tsunami (Crédito: Wikipedia).

As ondas de um tsunami propagam-se (movimentam-se) com uma velocidade muito superior à das ondas normais, que apenas movidas (impulsionadas) pelo vento. Isto acontece porque num tsunami a velocidade das ondas depende da profundidade da água. Quanto maior a profundidade maior a velocidade da onda.
Numa zona do Oceano com 5 000 m de profundidade a velocidade uma onda de tsunami pode atingir os 220 metros por segundo (m/s). Mas a profundidade de um oceano diminui rapidamente á medida que atinge o limite da placa continental (zona do oceano de baixa profundidade situada ao longo da costa). Em zonas do Oceano com 500 m de profundidade a velocidade uma onda de tsunami pode atingir os 70 m/s (Crédito: Wikipedia).


Figura de um barco arrastado pelo tsunami que ocorreu no Japão a11 de Março (Kesennuma, Japão) (Crédito fotográfico: NY Daily News).

Adaptado de uma entrevista com o geólogo Greg Valentine para a revista Scientific American.

A onda de tsunami atinge a cidade de Natori, Japão, a 11 de Março (Crédito fotográfico: NY Daily News).

sábado, 12 de março de 2011
NOAA apresenta previsões do tsunami provocado pelo terramoto no Japão



Segundo o mapa estão previstas ondas de 30 a 70 centímetros para a Nova Zelândia, as ilhas do Pacífico Sul, o Havai e a costa oeste da América do Norte. A Europa é poupada.

Nota: Este artigo foi revisto a 15 de Março de 2011.
quinta-feira, 4 de março de 2010
O eixo de rotação da Terra é imune a terramotos!

A notícia é empolgante e deve-se sempre comemorar quando notícias sobre Ciência chegam às primeiras páginas dos jornais. Mas coloca uma questão: De que forma é que a variação da posição do eixo de rotação da Terra pode “encurtar” os dias? Nenhum artigo parece esclarecer esta dúvida. E a razão principal é que o terramoto não provocou o desvio do eixo de rotação da Terra, mas sim o desvio do eixo de figura da Terra (figure axis, no artigo original da NASA).
A massa da Terra não se distribui de forma uniforme ao longo do planeta. O eixo de figura da Terra é o eixo em torno do qual se estabelece o equilíbrio da massa terrestre ou, como é referido pelo artigo da Globo, “[o] eixo em torno do qual a massa terrestre se equilibra”. Este eixo encontra-se a sensivelmente 10 metros do eixo de rotação da Terra (o eixo Norte-Sul em torno do qual a Terra estabelece o seu movimento de rotação).
Tanto o terramoto do Chile como o terramoto de Sumatra foram provocados pelo movimento súbito e brusco de uma placa tectónica por debaixo de outra. Como as placas tectónicas têm massa (são até “muito pesadas”) o seu deslocamento para o interior da Terra provoca uma alteração da distribuição de massa no planeta. E isto poderá levar ao desvio do eixo de figura da Terra.

Para compreender melhor as consequências da alteração da distribuição da massa terrestre provocada por um terramoto na duração de um dia, pode-se tomar o exemplo de uma patinadora de gelo que roda sobre si própria. Quando a patinadora roda de braços abertos a sua velocidade angular é baixa. Mas à medida que a patinadora “fecha” os braços, trazendo-os para mais perto do seu corpo, a velocidade angular da patinadora aumenta. Ela “roda mais depressa”.
Tal como a bailarina, que ao “fechar os braços” aumenta o número de rotações por minuto, também a Terra passa a ter um tempo de rotação menor (os dias ficam mais “curtos”) quando uma quantidade considerável de crosta terrestre se desloca para o interior da Terra.
O desvio do eixo de figura da Terra, não diminuiu a duração do dia. Ambos são consequência da alteração da distribuição de massa terrestre provocada pelos terramotos. O terramoto do Chile provocou um desvio de 8 cm no eixo e a diminuição da duração do dia por 1,26 milionésimos de segundo, enquanto o terramoto de Sumatra provocou um desvio de 7 cm no eixo (um pouco menor do que o do Chile) e a diminuição da duração do dia por 6,8 milionésimos de segundo (quase 6 vezes maior do que o do Chile).
Nem todos os cientistas estão de acordo quanto aos efeitos geofísicos do terramoto do Chile. Segundo o Diário de Notícias, cientistas do Centro de Pesquisa Geográfica de Potsdam (Alemanha) referem que não é ainda possível medir/calcular o desvio do eixo de figura da Terra provocado por um terramoto. E também não é possível confirmar directamente a alteração da duração do dia, porque, como é referido pela National Geographic, “actualmente, os cientistas [apenas] podem medir a duração de um dia a Terra com uma precisão de […] 20 milionésimos de segundo”.
Os melhores artigos sobre o efeito do terramoto do Chile são o da Ciência Hoje e, principalmente, o da National Geographic (em inglês).
Créditos de esquemas: (1) NASA; (2) Agence France-Presse. (ambos os esquemas foram adaptados).