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quinta-feira, 7 de março de 2013

Março, o mês do cometa C/2011 L4 PANSTARRS


(adaptado a partir do original)
 

Os habitantes do hemisfério norte terão neste mês de Março uma companhia especial e única no céu nocturno, o comenta C/2011 L4 PANSTARRS. Segundo astrónomos da Royal Astronomical Society este cometa será visível neste hemisfério a partir de 8 de Março, inicialmente apenas com a ajuda de binóculos e telescópios. Embora se espere que o cometa atinja o periélio (o ponto da órbita mais próximo do Sol) a 10 de Março ele apenas será detectado a olho nu a partir da segunda semana de Março.
 
A figura inicial é uma fotografia do cometa C/2011 L4 PANSTARRS pelo astrónomo australiano Terry Lovejoy (crédito: Terry Lovejoy - adap). Este cometa foi descoberto em Junho de 2011 por um grupo de astrónomos operando o sistema de telescópios PanSTARRS (Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System) situado no Havai. A medida que o cometa se aproxima do periélio o seu brilho aumenta e forma-se uma cabeleira e uma ou mais caudas, porque o aquecimento deste astro gelado provoca a sublimação e libertação de gases. Este facto torna o cometa visível no céu nocturno.
 
Actualmente o cometa C/2011 L4 PANSTARRS já é visível no hemisfério Sul, com uma magnitude semelhante à das estrelas mais brilhantes da constelação Ursa Maior. Existe assim a esperança deste cometa poder ser visível mesmo em cidades, apesar da poluição luminosa. Mas para os grandes amantes de astronomia e da observação do céu nocturno é recomendável rumar até zonas mais campestres, com menos luz.
 
 
Pensa-se que o cometa C/2011 L4 PANSTARRS  teve origem na nuvem de Oort, um conjunto milhões de pequenos astros feitos de gelo que rodeiam o sistema solar situado num espaço entre 5.000 e 100.000 UA do Sol (UA = 1 unidade solar ou distância média da Terra ao Sol). Por vezes a órbita de um dos astros gelados da nuvem de Oort é perturbada pela passagem próxima de uma estrela ou pela acção de forças relacionadas com o movimento da Via Láctea, levando á sua saída da nuvem de Oort e aproximação do sistema solar interior, seguindo órbitas muito alongadas com um período (tempo que o cometa demora a completar uma órbita) muito grande, de vários milhares de anos.
 
A figura seguinte mostra a posição esperada do cometa C/2011 L4 PANSTARRS no céu nocturno durante o mês de Março (crédito: Alan Fitzsimmons utilizando The Sky (c) Software Bisque 2010).
 
 
 
 
A partir de 12 de Março, de acordo com astrónomos do Royal Astronomical Society, o cometa estará suficientemente longe do Sol para ser mais fácil de localizar após o pôr-do-sol, apesar de situar muito perto do horizonte. 12 e 13 de Março são considerados bons dias para observar o cometa a olho nu: aparecerá como uma linha difusa, perto da Lua crescente. Depois, ao longo de Março, à medida que o cometa se afasta do Sol, o seu brilho irá diminuindo, uma situação agravada pelo facto de a Lua crescente tornar as noites cada vez menos escuras. A figura seguinte mostra a posição do cometa em relação à lua e ao pôr-do-sol (sunset) nos dias 12, 16, 20 e 24 de Março (crédito: NASA).
 
 
Eventualmente, à medida que se vai afastando do Sol, o cometa tornar-se-á de novo “invisível” no céu nocturno. Em Abril o cometa C/2011 L4 PANSTARRS só será visível através de telescópios. Entre 2 e 3 de Abril o cometa vai passar muito próximo da galáxia Andrómeda. Em meados de Abril o cometa tornar-se-á circumpolar no hemisfério norte (será visível durante toda a noite) e em finais de Abril passará pela constelação Cassiopeia (mesmo na zona do “W”).
 
 “Os cometas brilhantes são um acontecimento raro e geralmente não sabemos quando virá o próximo [cometa]” avisa  Mark Bailey, Director do Observatório de Armagh na Irlanda do Norte, Reino Unido.”Quer seja um astrónomo amador com experiência ou apenas esteja interessado, o cometa C/2011 L4 PANSTRARRS merece bem uma 'olhadela'”.
 
Alan Fitzsimmons, da Queen´s University em Belfast, Irlanda do Norte e um dos líderes do projecto PanSTARRS concorda: “embora tenhamos descoberto muitos cometas como telescópio [PanSTARRS], o cometa C/2011 L4 PANSTARRS é até agora o único passível de ser visível a olho nu. Os cometas bodem ser muito belos e esta razão é suficiente para se fazer um esforço para os observar.”
 
 
Fontes:

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Parabéns a Nicolau Copérnico


A Google comemora o 540º aniversário do astrónomo polaco Nicolau Copérnico (1473-1543) , o primeiro astrónomo católico a defender publicamente que a Terra não é o centro do Universo e que é o Sol, não a Terra, que se situa no centro do Sistema Solar.
 
O logotipo da Google apresenta o Sistema Solar conforme defendido por Copérnico. O Sol situa-se no centro e à sua volta movem-se em órbitas circulares os cinco planetas conhecidos na época de Copérnico, por ordem decrescente de proximidade ao Sol: Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter e Saturno. Também se encontra representada a Lua, orbitando a Terra.
 
Na época em que Copérnico apresentou o seu modelo não eram ainda conhecidos os planetas Úrano e Neptuno. Também não eram conhecidas as Luas de Júpiter e os aneis de Saturno (ambas descobertas de Galileu Galilei (1564-1642) ao utilizar o telescópio mais de meio século depois). Mais tarde foi também confirmado pelo astrónomo alemão Johannes Kepler (1571-1630) que as órbitas dos planetas em torno do Sol não são círculos perfeitos (como foi defendido por Copérnico), mas sim elípses.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Na Lua o Sol é uma fonte de água

Um estudo publicado online pela revista Nature Geoscience a 14 de Outubro, comprova que, pelo menos em parte, a origem da água que se encontra na Lua tem “origem” no vento solar. O estudo, feito por investigadores da Universidade do Tennessee e do California Institute of Technology, ambos nos Estados Unidos da América, analisa a água “presa” no rególito lunar.



A figura anterior apresenta uma fotografia de um grão de aglutinado semelhante aos aglutinados de rególito estudados pela equipa de investigadores que apresenta o artigo da Nature Geoscience. Tal como o rególito estudado, este grão foi recolhido por uma missão Apollo (Crédito: Yiang Liu).
 
O rególito é um conjunto de poeira e pedras de dimensão reduzida que resultam da erosão e acção de outros elementos (como mini- meteoritos, na Lua) sobre a rocha. Na Lua o rególito cobre toda a superfície e é constituído parcialmente por aglutinados, pequeninos aglomerados de rocha e minerais fundidos criados por impactos de mini-meteoritos. Os autores do estudo agora publicado consideram que os aglutinados (que constituem cerca de metade do rególito lunar) poderão ser a maior fonte de água para futuras colónias lunares.
 
A criação de colónias na Lua exige que sejam conhecidas e estudadas os materiais existentes neste satélite. A água é fundamental para a sobrevivência humana, pelo que é fundamental conhecer e estudar todas as possíveis fontes de água na Lua. Foram propostas várias fontes para a água da Lua, sendo as mais famosas o impacto de cometas ou de meteoritos e o vento solar. E o estudo da Nature Geoscience comprova que pelo menos parte da água da Lua tem como origem o vento solar.
 
Mas como pode o vento solar “produzir” água? O vento solar é constituído pro protões, electrões e iões. É libertado continuamente pelo Sol para o sistema solar. Mas os protões não são mais do que átomos de hidrogénio que perderam o seu electrão (o átomo de hidrogénio é o átomo mais simples, constituído apenas por um protão e por um electrão). Os protões podem assim reagir com átomos de oxigénio existentes na superfície lunar, formando iões hidroxilo (iões constituídos por um átomo de oxigénio e um átomo de hidrogénio). E para formar uma molécula de água só é preciso “juntar ao ião hidroxilo mais um protão (e dois electrões!).

O artigo da revista Nature Geoscience apresenta os resultados do estudo de rególito recolhido entre 1969 e 1972 pelas missões Apollo 11, Apollo 16 e Apollo 17. As amostras foram analisadas por duas técnicas diferentes, espectroscopia de infravermelho e espectroscopia de massa. Os resultados indicam que a água tem uma composição de isótopos de hidrogénio mais próxima da composição do Sol, do que de cometas ou meteoritos.
 
Com base nos resultados apresentados no estudo da Nature Geoscience, os autores acreditam que o vento solar poderá ser a fonte de água em outros astros do sistema solar, como Mercúrio e o asteroide Vesta.
 
 
Nota: O artigo (resumo) da revista Nature Geoscience pode ser encontrado aqui.