quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Poeira sem água!

A passagem da sonda espacial Deep Impact pelo pequeno cometa Hartley 2, a 4 de Novembro deste ano, trouxe milhares de fotografias e muita informação, que ainda está a ser processada. Mas é possível confirmar já que é o dióxido de carbono, e não a água, que é responsável pela ejecção de poeiras neste cometa.

A figura seguinte mostra uma fotografia tirada pela sonda Deep Impact ao cometa Hartley 2. A zona mais brilhante corresponde à área onde estão a ser libertados gases e poeiras (Crédito: NASA/JPL-Caltech/UMD).


Á medida que o cometa se aproxima do Sol o dióxido de carbono da superfície sublima, passando directamente do estado sólido para gás, arrastando consigo poeiras. A figura seguinte apresenta três fotografias diferentes tiradas pela Deep Impact ao cometa Hartley 2 (Crédito: NASA/JPL-Caltech/UMD).


A primeira fotografia identifica a água, a segunda o dióxido de carbono e a terceira identifica as poeiras presentes no cometa Hartley 2. As duas últimas figuras (dióxido de carbono é poeiras) são semelhantes, e diferentes da primeira (água), levando à conclusão que as poeiras são libertadas da superfície do cometa em conjunto com o dióxido de carbono.

Será necessário estudar outros cometas para saber se é possível generalizar a descoberta feita no Hartley 2 a outros cometas. O estudo do cometa Tempel 1 em 2005, a missão inicial da Deep Impact, revelou que a zona mais activa deste cometa na libertação de gases e poeiras era rica em dióxido de carbono, mas não foi conclusiva.

A figura seguinte mostra cinco cometas estudados por sondas espaciais (Crédito: NASA).


O cometa Hartley 2 foi descoberto em 1986 pelo astrónomo Malcolm Hartley. A sua trajectória em torno do Sol tem um período de 6 anos e 168 dias, pelo que pertence à família dos planetas de Júpiter (planetas com períodos com menos de 20 anos). O estudo feito pela Deep Impact permitiu determinar o tamanho real do Hartley, 2 km de comprimento e 0,40 km de largura, e o seu período de rotação, sensivelmente 18 horas.

O Hartley 2 foi escolhido como objecto de estudo porque, desde a sua descoberta, tem mantido a sua órbita e porque, a 20 de Outubro de 2010, passou a cerca de 17,7 milhões de quilómetros da Terra (cerca de 45 vezes a distância média da Terra à Lua), a passagem mais próxima desde a descoberta do cometa.

A Deep Impact atingiu a distância mínima ao Hartley 2, 700 km, a 4 de Novembro de 2010. Até agora a sonda Deep Impact tirou mais de 2 000 fotografias do Hartley 2. A figura seguinte mostra 5 dessas fotografias. (Crédito: NASA/JPL-Caltech/UMD).


A utilização da sonda Deep Impact para estudar o cometa Hartley 2 é um dos objectivos do projecto EPOXI, que coordena elementos da NASA, e Universidade de Maryland.

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