segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A Google comemora a descoberta dos raios X


A Google comemora o 115º aniversário da descoberta dos raios X pelo físico alemão Wilihelm Konrad Röntgen (1845-1923).

Röntgen contou que, a 8 de Novembro de 1895, se encontrava a trabalhar no seu laboratório com um tubo de descarga de raios catódicos para testar a hipótese de os raios catódicos serem ondas electromagnéticas (luz). Como a experiência exigia que o laboratório estivesse as escuras, Röntgen verificou que uma placa de papel colocada perto do tubo emitia luz fluorescente.

O lado da placa de papel que “brilhava” estava coberto com uma camada de cianeto de bromo e platina, um sal que brilha quando iluminado com raios catódicos. Mas Röntgen verificou que o tubo de descarga de raios catódicos não estava directamente apontado para a placa de papel, como teria de estar para a placa poder detectar os raios catódicos. Assim o que é que fazia brilhar a placa de papel?

Röntgen verificou que, desde que colocada até dois metros de distância do tubo de descarga de raios catódicos, a placa brilhava. Mais experiências confirmaram que estes raios misteriosos podiam atravessar livros, blocos de madeira e folhas finas de metal. Blocos de metal, no entanto, não permitiam a passagem fácil dos raios misteriosos.

A figura seguinte é uma fotografia do laboratório de Röntgen (crédito : The Cathode Ray Tube site).


Röntgen chamou a estes raios, raios X, porque nada se sabia sobre eles. Na Alemanha, país de origem de Röntgen, os raios X são ainda referidos como raios de Röntgen.

Röntgen verificava que materiais eram transparentes à passagem de raios X utilizando placas fotográficas, que eram sensíveis a estes raios da mesma forma que são sensíveis à luz solar.

Quando Röntgen se lembrou de expor uma parte do corpo humano aos raios X a sua mulher, Anna Bertha Ludwig Röntgen voluntariou-se. Röntgen fotografou a mão esquerda da sua mulher, obtendo a primeira radiografia (Crédito: NASA).


Na radiografia são visíveis o anel de casamento de Anna Bertha e os ossos da mão. Mas o tecido mole (músculos, vasos sanguíneos, etc.) são transparentes à passagem de Raios X. Este facto tornou as radiografias um importante método de diagnóstico médico. As radiografias foram utilizadas logo na 1ª Guerra Mundial, nomeadamente como método de detecção de balas e estilhaços no interior do corpo de soldados feridos.

Röntgen ganhou o primeiro Prémio Nobel atribuído em Física, em 1901, “em reconhecimento pelos extraordinários serviços que tem prestado pela descoberta dos notáveis raios que levam seu nome”. Actualmente os raios X são utilizados em áreas tão diversas como astrofísica, medicina, sistemas de segurança e detecção de falsificações de pinturas.



P.S.: (1) Röntgen mandou queimar todos os seus cadernos e notas de laboratório após a sua morte, desejo que foi cumprido. Assim, infelizmente, não é possível conhecer melhor a linha de raciocínio que Röntgen seguiu na descoberta e estudo dos raios X.

(2) Curiosamente uma das primeiras áreas onde os raios X foram utilizados foi cristalografia, a área principal de estudo de Röntgen. Por exemplo a estrutura da molécula de DNA foi determinada utilizando a cristalografia de raios X. Mas, após um ano de estudo e divulgação dos misteriosos raios X, Röntgen pô-los de parte.


Nota: fotografia de Wilihelm Konrad Röntgen – Crédito: Nobelprize.org

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