sábado, 11 de junho de 2011

Relâmpagos sobre o vulcão Puyehue


A figura anterior mostra o vulcão Puyehue-Cordón, no Sul do Chile em erupção. A erupção deste vulcão, a 4 de Junho, criou uma nuvem de cinzas que se elevou 10 000 m na atmosfera, gerando um espectáculo de relâmpagos e faíscas momentos após o início da erupção (Crédito Claudio Santana /AFP/Getty Images).


A fotografia seguinte mostra relâmpagos formando-se sobre a cratera do vulcão Puyehue. À esquerda é possível ver relâmpagos formados na nuvem de cinzas. Ao fundo à direita é visível a saída de lava (Crédito: Claudio Santana/AFP/Getty Images).


Nem sempre ocorre a formação de relâmpagos sobre a cratera de um vulcão em erupção. E como não é fácil prever o momento em que um vulcão entra em erupção torna-se difícil estudar este fenómeno no momento em que ocorre. Um estudo realizado em 2006 durante a erupção do monte de Santo Augustine, no Alasca foi o primeiro a apresentar algumas conclusões.

O estudo concluiu que nos minutos que se seguem ao início da erupção se formam inúmeros relâmpagos e pequenas faíscas sobre a cratera do vulcão. Os relâmpagos podem atingir até 3 kg de altura, enquanto as faíscas podem ter apenas 1 metro. Este fenómeno apenas acontece numa erupção vulcânica e corresponde à descarga de carga positiva, ao contrário do que acontece numa trovoada comum.

A fotografia seguinte é uma fotografia nocturna de longa exposição, que registou vários relâmpagos e faíscas na nuvem que se foram formando sobre a cratera do vulcão Puyehue. Os pequenos à esquerda são estrelas (a distorção deve-se ao movimento de rotação da Terra durante o tempo de exposição) Crédito: Francisco Negroni, Agenci Uno/European Pressphoto Agency.


Mas as erupções vulcânicas também podem gerar relâmpagos semelhantes ao de uma trovoada normal. A nuvem libertada pelo vulcão é rica em água, que em contacto com o ar frio da atmosfera arrefece, transformando-se em gelo. A fricção gerada entre as partículas de gelo e também as cinzas gera cargas estáticas negativas.

Como uma nuvem de trovoada, a nuvem de cinzas transforma-se numa espécie de condensador eléctrico gigante, armazenando carga eléctrica negativa até que esta carga é descarregada, formando-se um trovão (relâmpago incluído!).



Nota: Aqui encontra-se um resumo do artigo sobre a erupção do monte de Santo Augustine em 2006, que explica a formação de relâmpagos durante uma erupção vulcânica.

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