Hoje Neptuno comemorou um ano neptuniano desde que foi identificado como planeta por humanos do planeta Terra. Na noite de 23 de Setembro de 1846, há 164 anos e 288 dias, os astrónomos Johann Gottfried Galle (1812-1910) e Heinrich Louis d’Arrest (1822-1875), do Observatório de Berlim observaram um ponto luminoso no céu, uma estrela que não se encontrava registada nas cartas celestes do observatório. A figura seguinte é uma pintura do Observatório de Berlim, onde, em 1846 Galle e d’Arrest observaram Neptuno pela primeira vez.
A descoberta de Neptuno é especial. Quando Galle e d’Arrest procuraram pelo planeta fizeram-no seguindo indicações do astrónomo e matemático francês Urbain Le Verrier (1811-1877) Neptuno foi assim o primeiro (e até agora) único planeta cuja existência foi prevista. A figura seguinte é uma pintura de Galle. Crédito: Wikipedia
O primeiro registo de Neptuno foi feito por Galileu Galilei (1564-1642). Com o seu telescópio Galileu observou Neptuno em Dezembro de 1612 e em Janeiro de 1613, quando estudava Júpiter. Infelizmente nessa altura Neptuno encontrava-se em movimento retrógrado e a sua posição no céu não variava de forma visível. Assim Galileu não se apercebeu da sua existência.
Após Galileu, Neptuno foi avistado (e a sua posição registada) por vários astrónomos, sem nunca ter sido identificado como um planeta. Então, em 1781, o astrónomo William Herschel (1738-1822) anunciou a descoberta de Úrano, classificando-o como um planeta.
Nos anos a seguir à sua descoberta, Urano foi monitorizado cuidadosamente. Para poder determinar a sua órbita (trajectória em torno do Sol) os astrónomos fizeram observações directas do planeta e procuraram possíveis registos de Úrano, feitos antes da sua descoberta. E algumas décadas após a sua descoberta verificaram que Úrano não de movia da forma prevista, calculada teoricamente.
O movimento de um planeta em torno do Sol segue as leis de Newton. Embora o Sol (devido à sua grande massa) tenha uma influência muito importante, não é o único astro do sistema solar a influenciar o movimento de planetas e asteróides. Na verdade, quanto mais longe se encontra menor a influência do Sol. Neste caso os planetas mais próximos, principalmente os com maior massa, passam a ter uma maior influência.
No entanto, mesmo considerando a influência de Júpiter e Saturno, os dois planetas (peso-pesados) que “precedem” Úrano não era possível conciliar a teoria com a realidade. Assim uma das propostas apresentadas para explicar as discrepâncias encontradas foi a existência de um planeta desconhecido, com uma distância ao Sol maior do que a de Úrano.
A figura seguinte indica a forma como o movimento de Úrano pode ser influenciado pela presença de um planeta mais exterior. Na posição a força gravítica exercida pelo planeta mais exterior acelera Neptuno (Neptuno está “mais à frente” do que o previsto). No entanto quando Neptuno atinge a posição b o planeta mais exterior força a desaceleração de Neptuno (Neptuno está “mais atrás” do que o previsto) Crédito: RJHall/Wikipedia.
Dois astrónomos matemáticos o francês Le Verrier e o britânico John Couch Adams (1819-1892) consideraram seriamente esta hipótese. Adams iniciou os seus cálculos primeiro, em 1843. Le Verrier não parece ter começado antes de 1844.
Nota: por falta de tempo não foi possível concluir este post a tempo. Será terminado o mais breve possível!
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