A Google comemora hoje o 183º aniversário do nascimento do escritor francês Jules Verne (1828-1905). O logótipo interactivo da Google leva-nos a ver o oceano como se tivéssemos a bordo do Nautilus, o submarino comandado pelo Capitão Nemo (personagem principal do livro Vinte mil léguas submarinas, publicado em 1870). A figura seguinte é uma fotografia de Verne tirada pelo fotógrafo Félix Nadar.
Verne é considerado o pai da ficção científica. Ficou conhecido por ter escrito vários livros que ainda hoje são famosos e (muito) lidos. Nestes livros Verne apresentava invenções científicas e processos tecnológicos que acabaram por ser desenvolvidos várias décadas depois.
Em Viagem ao centro da Terra (1864) um grupo de aventureiros explora o interior da Terra e encontra dinossauros e outros animais (e plantas) há muito extintos. No livro Da Terra à Lua (1865) outro grupo de aventureiros viaja até à lua, sendo o foguetão disparado para o céu por um canhão. A figura seguinte mostra o foguetão a sair da Terra (litografia retirada da primeira edição do livro).
Em Vinte mil léguas submarinas (1870) Nemo é o capitão de um fabuloso submarino. Foguetões espaciais e submarinos foram inventados e desenvolvidos já em meados do século XX, muito depois de Verne os ter imaginado. A figura seguinte é uma litografia do interior do submarino, retirada da primeira edição deste livro.
No livro Vinte mil léguas submarinas, os marinheiros do Nautilus podiam sair do submarino e “passear” no fundo do mar, como mostra a litografia seguinte.
As viagens descritas por Verne nas suas obras de ficção científica fazem, parte de uma colecção de 65 histórias de viagens escritas por Verne, chamado Voyages Extraordinaires (Viagens Extraordinárias). Verne iniciou esta colecção sob sugestão do seu editor, Pierre-Jules Hetzel (1814-1886), representado na fotografia seguinte.
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Outras viagens famosas narradas por Verne são Cinco semanas em balão (1863), Os filhos do capitão Grant (1867-1868), Volta ao mundo em 80 dias (1873), A ilha misteriosa (1874) e Miguel Strogoff, o Correio do Czar (1876). No livro A ilha Misteriosa, um grupo de náufragos adopta um orangotango, chamado Jup, representado na litografia seguinte.
Hetzel teve uma grande influência sobre Verne. Até à sua morte em 1886 Hetzel foi o editor e também o revisor das obras de Verne, que seguia fielmente as suas sugestões. Hetzel aconselhou Verne a escrever histórias optimistas e de confiança no progresso científico e ajudou-o a desenvolver a trama de vários livros. A figura seguinte é a fotografia da capa de uma das primeiras edições de Os filhos do capitão Grant, editado por Hetzel.
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Nos livros de Verne publicados por Hetzel o texto era acompanhado por magníficas ilustrações (algumas delas reproduzidas neste post), que ainda hoje são admiradas.
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Após a morte de Hetzel, Verne passou a ter como editor e revisor o seu filho, Michel Jean Pierre Verne (1861-1925). Sabe-se actualmente que Michel reviu (alterou) de forma extensa as obras do seu pai, publicadas após a sua morte. Dois exemplos são O farol no fim do mundo (1905) e O vulcão de Ouro (1906). Os originais dos livros de Verne extensamente revistos e rescritos pelo seu filho foram publicados no final do século XX pela Société Jules Verne.
Curiosidades:
(1) Pensa-se que Michel Verne, filho de Jules Verne, terá escrito pelo menos duas obras em que o pai aparece como autor: L’Agence Thompson and Co (1907) e o conto L’Eternel Adam (1910).
(2) Em 1989 um neto de Verne descobriu um manuscrito escrito pelo avô em 1863, com o título Paris au XXè siècle (Paris no século vinte). A autoria do manuscrito foi comprovada por uma carta escrita por Hetzel. O editor de Verne era contra a publicação do livro porque este apresentava uma visão muito negativa do futuro, podendo prejudicar a imagem de Verne perante os seus leitores. O livro foi finalmente publicado em 1994. Um resumo de Paris no século vinte encontra-se aqui.
(3) A ESA (Agência Espacial Europeia) deu o nome Jules Verne ao primeiro ATV (Automated Transfer Vehicle ou Veículo de Transferência Automatizado). Os ATV fornecem mantimentos, combustível, ar, azoto e oxigénio para a Estação Espacial Internacional (International Space Station, ou ISS). O lançamento do ATV Jules Verne ocorreu em Março de 2008. A bordo seguiram dois livros (primeiras edições) de Verne Da Terra à Lua e a sua sequela A volta da Lua. Crédito fotográfico: AFP/Getty.
(1) Pensa-se que Michel Verne, filho de Jules Verne, terá escrito pelo menos duas obras em que o pai aparece como autor: L’Agence Thompson and Co (1907) e o conto L’Eternel Adam (1910).
(2) Em 1989 um neto de Verne descobriu um manuscrito escrito pelo avô em 1863, com o título Paris au XXè siècle (Paris no século vinte). A autoria do manuscrito foi comprovada por uma carta escrita por Hetzel. O editor de Verne era contra a publicação do livro porque este apresentava uma visão muito negativa do futuro, podendo prejudicar a imagem de Verne perante os seus leitores. O livro foi finalmente publicado em 1994. Um resumo de Paris no século vinte encontra-se aqui.
(3) A ESA (Agência Espacial Europeia) deu o nome Jules Verne ao primeiro ATV (Automated Transfer Vehicle ou Veículo de Transferência Automatizado). Os ATV fornecem mantimentos, combustível, ar, azoto e oxigénio para a Estação Espacial Internacional (International Space Station, ou ISS). O lançamento do ATV Jules Verne ocorreu em Março de 2008. A bordo seguiram dois livros (primeiras edições) de Verne Da Terra à Lua e a sua sequela A volta da Lua. Crédito fotográfico: AFP/Getty.
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