sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Como recuperar buretas

A bureta é um instrumento de medição de volume (de líquidos). E feita de vidro e utilizado em laboratório principalmente em titulações. Quando montada num suporte o líquido é vertido na ponta superior (empregando um funil que deve ser retirado antes de utilizar a bureta). A parte inferior possui uma torneira que permite controlar o fluxo de saída do líquido. Desta forma é possível conhecer com bastante precisão o volume de líquido medido com uma bureta.

A torneira é um pequeno cilindro compacto de vidro com um pequeno buraco a meio. Ao rodar o manípulo deste cilindro, o cilindro rola no interior da bureta, controlando-se assim o fluxo do líquido que sai da bureta.

A figura seguinte mostra uma bureta montada, pronta a ser utilizada. A direita pormenor da torneira.





É a ligação da bureta (cilindro de vidro) com a torneira que pode inutilizar uma bureta. A torneira fica empenada no interior da bureta. Ao tentar rodar a torneira pode-se até partir a bureta. E a bureta torna-se inútil. Os culpados pelo empenar da torneira são as bases fortes que são utilizadas como titulantes nas titulações, e como tal colocados no interior da bureta. As bases fortes corroem o vidro da torneira e esta empena.

Uma forma de tentar ultrapassar este problema (e reaproveitar a bureta) é mergulhar a parte da bureta que possui a torneira em água quente. Mas primeiro deve-se retirar os componentes de plástico que mantinham a torneira presa, antes de emperrar. Muito cuidado com o pequeno anel de borracha. A figura seguinte apresenta uma montagem possível. A água é aquecida utilizando uma placa eléctrica.


A secção da bureta com a torneira deve ficar toda submersa, como está representado na figura em baixo.


A taxa de sucesso pode não ser grande, mas é sempre agradável recuperar uma, como a da figura em baixo.




P.S.: As torneiras de buretas mais recentes não são feitas de vidro e não emperram tão facilmente, porque o material utilizado é mais resistente à acção corrosiva das bases fortes.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Feliz dia de S. Valentim!


A Google comemora o dia de São Valentim, também chamado dia dos Namorados. O logótipo da Google baseia-se em LOVE, uma das obras mais famosas de Robert Indiana (1928 – ).


Em 1973 o Serviço postal dos Estados Unidos criou um selo com a figura de Indiana.


Actualmente existem esculturas LOVE escritas em hebreu, chinês, italiano e espanhol. As figuras seguintes são da versão em hebreu (Jerusalém, Israel) e espanhol (Valência, Espanha).






Nota: Todas as figuras foram obtidas via Wikipedia.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Parabens Jules Verne!


A Google comemora hoje o 183º aniversário do nascimento do escritor francês Jules Verne (1828-1905). O logótipo interactivo da Google leva-nos a ver o oceano como se tivéssemos a bordo do Nautilus, o submarino comandado pelo Capitão Nemo (personagem principal do livro Vinte mil léguas submarinas, publicado em 1870). A figura seguinte é uma fotografia de Verne tirada pelo fotógrafo Félix Nadar.


Verne é considerado o pai da ficção científica. Ficou conhecido por ter escrito vários livros que ainda hoje são famosos e (muito) lidos. Nestes livros Verne apresentava invenções científicas e processos tecnológicos que acabaram por ser desenvolvidos várias décadas depois.

Em Viagem ao centro da Terra (1864) um grupo de aventureiros explora o interior da Terra e encontra dinossauros e outros animais (e plantas) há muito extintos. No livro Da Terra à Lua (1865) outro grupo de aventureiros viaja até à lua, sendo o foguetão disparado para o céu por um canhão. A figura seguinte mostra o foguetão a sair da Terra (litografia retirada da primeira edição do livro).


Em Vinte mil léguas submarinas (1870) Nemo é o capitão de um fabuloso submarino. Foguetões espaciais e submarinos foram inventados e desenvolvidos já em meados do século XX, muito depois de Verne os ter imaginado. A figura seguinte é uma litografia do interior do submarino, retirada da primeira edição deste livro.


No livro Vinte mil léguas submarinas, os marinheiros do Nautilus podiam sair do submarino e “passear” no fundo do mar, como mostra a litografia seguinte.


As viagens descritas por Verne nas suas obras de ficção científica fazem, parte de uma colecção de 65 histórias de viagens escritas por Verne, chamado Voyages Extraordinaires (Viagens Extraordinárias). Verne iniciou esta colecção sob sugestão do seu editor, Pierre-Jules Hetzel (1814-1886), representado na fotografia seguinte.
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Outras viagens famosas narradas por Verne são Cinco semanas em balão (1863), Os filhos do capitão Grant (1867-1868), Volta ao mundo em 80 dias (1873), A ilha misteriosa (1874) e Miguel Strogoff, o Correio do Czar (1876). No livro A ilha Misteriosa, um grupo de náufragos adopta um orangotango, chamado Jup, representado na litografia seguinte.


Hetzel teve uma grande influência sobre Verne. Até à sua morte em 1886 Hetzel foi o editor e também o revisor das obras de Verne, que seguia fielmente as suas sugestões. Hetzel aconselhou Verne a escrever histórias optimistas e de confiança no progresso científico e ajudou-o a desenvolver a trama de vários livros. A figura seguinte é a fotografia da capa de uma das primeiras edições de Os filhos do capitão Grant, editado por Hetzel.
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Nos livros de Verne publicados por Hetzel o texto era acompanhado por magníficas ilustrações (algumas delas reproduzidas neste post), que ainda hoje são admiradas.
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Após a morte de Hetzel, Verne passou a ter como editor e revisor o seu filho, Michel Jean Pierre Verne (1861-1925). Sabe-se actualmente que Michel reviu (alterou) de forma extensa as obras do seu pai, publicadas após a sua morte. Dois exemplos são O farol no fim do mundo (1905) e O vulcão de Ouro (1906). Os originais dos livros de Verne extensamente revistos e rescritos pelo seu filho foram publicados no final do século XX pela Société Jules Verne.







Curiosidades:

(1)
Pensa-se que Michel Verne, filho de Jules Verne, terá escrito pelo menos duas obras em que o pai aparece como autor: L’Agence Thompson and Co (1907) e o conto L’Eternel Adam (1910).

(2) Em 1989 um neto de Verne descobriu um manuscrito escrito pelo avô em 1863, com o título Paris au XXè siècle (Paris no século vinte). A autoria do manuscrito foi comprovada por uma carta escrita por Hetzel. O editor de Verne era contra a publicação do livro porque este apresentava uma visão muito negativa do futuro, podendo prejudicar a imagem de Verne perante os seus leitores. O livro foi finalmente publicado em 1994. Um resumo de Paris no século vinte encontra-se aqui.

(3) A ESA (Agência Espacial Europeia) deu o nome Jules Verne ao primeiro ATV (Automated Transfer Vehicle ou Veículo de Transferência Automatizado). Os ATV fornecem mantimentos, combustível, ar, azoto e oxigénio para a Estação Espacial Internacional (International Space Station, ou ISS). O lançamento do ATV Jules Verne ocorreu em Março de 2008. A bordo seguiram dois livros (primeiras edições) de Verne Da Terra à Lua e a sua sequela A volta da Lua. Crédito fotográfico: AFP/Getty.


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Almeida Garrett faz anos!

A Google comemora o 212º aniversário do escritor português Almeida Garrett (1799-1854).


A falta de tempo impede (por ora!) um post mais desenvolvido. Assim ficam algumas referências:

(1) - Instituto Camões:
http://www.rtp.pt/gdesport/?article=22&visual=3&topic=1

(3) - Biblioteca Nacional (Comemoração do Bicentenário do nascimento de Almeida Garrett):
http://purl.pt/96/1/index.html
(Este conjunto de páginas apresenta muita informação sobre o autor. O site referido é a página inicial de aceso)

(4) - Infopédia:
http://www.infopedia.pt/$almeida-garrett

(5) - A RTP tem também um site com uma reportagem baseada no livro de Garrett Viagens à minha terra:

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Os átomos e as forças de van der Waals

Investigadores da Universidade do Arizona (Estados Unidos) desenvolveram um novo método para determinar os coeficientes de potencial de forças de van der Waals criadas pela interacção entre átomos e superfícies (também chamadas c3). O seu trabalho foi apresentado num artigo da revista Physical Review Letters, em Dezembro de 2010.

A figura seguinte apresenta os autores do artigo em torno do aparelho criado para determinar coeficientes de potencial de forças de van der Waals do tipo c3. Da esquerda para a direita Vincent Lonij, Alex Cronin, Will Holmgren e Catherine Klauss. (Credito: Norma Jean Gargasz/UANews).


O novo método foi utilizado para determinar os coeficientes de potencial de van der Waals do tipo c3, relativos à interacção entre átomos individuais e superfícies para átomos de lítio (Li), sódio (Na), potássio (K) e rubídio (Rb), elementos químicos que pertencem ao grupo dos metais alcalinos (átomos com um electrão de valência).

O método envolve um aparelho, construído de raiz, constituído por uma grelha com a forma de uma cerca paliçada (ou picket fence), à qual e apontado um feixe da átomos. O feixe de átomos envia átomos individuais a grande velocidade. Ao passar pela grelha a interacção (atracção) entre cada átomo e a superfície da grelha (uma interacção de van der Waals) provoca alterações na trajectória (percurso) do átomo.

Este método baseia-se na Teoria da Química Quântica, segundo a qual um átomo também se pode comportar como uma onda. Ao passar pela grelha o feixe de átomos é difractado e é o resultado dessa difracção que permitem calcular os valores de os coeficientes de potencial de van der Waals do tipo c3.

A figura seguinte apresenta um esquema simplificado de um feixe de átomos passando por uma grelha com duas fendas. (Crédito: adaptado de Helmholtz Zentrum Berlin).

A figura seguinte apresenta (de cima para baixo) o resultado da difracção de um feixe de luz monocromática (de uma cor só) por uma grelha com duas fendas, com três fendas, com sete fendas e com quinze fendas.


As forças de van de Waals estão directamente relacionadas com a distância entre partículas, levando à atracção entre estas desde que estejam suficientemente próximas. No entanto as forças de van der Waals são muito fracas e só se tornam importantes quando as partículas são átomos ou em situações à escala atómica, como as estudadas pela nanotecnologia e pela biotecnologia.

As forças de van de Waals são o resultado de o átomo, embora tendo carga total nula, são constituídos por protões (de carga positiva) situados no núcleo do átomo e por electrões (de carga negativa) que se movimentam em torno do núcleo, formando uma nuvem electrónica. É o movimento dos electrões que em torno do núcleo que gera variações locais (e pontuais) de carga no átomo.

Os resultados agora obtidos permitem confirmar que as forças de van de Waals do tipo c3 são pouco influenciadas pelas propriedades das superfícies envolvidas. Permitem confirmar também que estas interacções são influenciadas pelos electrões do cerne do átomo (os electrões situados mais no interior da nuvem electrónica que rodeia o núcleo do átomo).

Os investigadores envolvidos no desenvolvimento do novo método consideram que os resultados obtidos podem servir como “valores padrão” no estudo da estrutura do átomo e interacção entre as partículas sub-atómicas (electrões, protões e neutrões), que permitam desenvolver a teoria atómica.




Notas:

(1) Podemos “não dar por elas” mas as forças de van der Waals são muito importantes para os seres vivos. A estrutura e funcionamento das biomoléculas (proteínas, DNA, etc.) está inteiramente dependente destas forças;

(2) Abstract do artigo da revista Physical Review Letters;

(3) O artigo original está aqui.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Parabens Vitinho!


A Google (no seu site português) comemora o 25º aniversário do Vitinho, famosa personagem de desenhos animados, que acompanhou toda uma geração (a minha!) no ritual de “ir deitar”.

A hora de deitar do Vitinho, que durou de 1986 a 1997, resultou de uma parceria entre a RTP e a empresa Milupa (que produz alimentos para bebés e crianças). O objectivo (conseguido!) foi incentivar as crianças a deitarem-se cedo: o clip aparecia em horário nobre, entre as 21 e as 22 horas.

Este é o clip original (e o meu preferido). Está aqui, no youtube.



O Vitinho foi uma criação de José Maria Pimentel e, antes da parceria, aparecia em anúncios de televisão da Milupa. A música do Vitinho foi cantada por diferentes artistas ao longo do tempo: Dulce Neves (1986), Isabel Campelo (1989), Eugénia Melo e Castro & LSO (1991) e Paulo de Carvalho (1992).

O Vitinho foi um sucesso em Portugal. E apesar de já não cantar para nós, ainda tem muitos fans. A sua página de facebook é seguida por mais de 41 000 pessoas.

Este post tem mais informação!

Sonhos lindos!... Adeus e até amanhã!!!