terça-feira, 15 de setembro de 2009

Corvos astutos, nozes e carros.

Reza a lenda que os restos mortais de São Vicente foram encontrados ao lago do cabo que hoje tem o seu nome, perto de Sagres, sudoeste de Portugal, protegidos por dois corvos. D. Afonso Henriques ordenou que S. Vicente fosse trazido para Lisboa por barco e durante a viagem estiveram sempre presentes dois corvos. S. Vicente é o padroeiro de Lisboa, mas actualmente é raro avistar corvos na capital, embora por vezes seja possível observar um par em Belém.

O que pouca vezes se vê referido é que os corvos são animais consideravelmente inteligentes. Os corvos conseguem distinguir rostos humanos, identificando os que são menos simpáticos. Conseguem também utilizar (e até construir) pequenos instrumentos para obter comida. E inclusive encontraram uma maneira de comer sapos venenosos sem morrerem envenenados.

Um estudo japonês demostrou uma outra curiosidade: como é que os corvos citadinos conseguem partir a casca de uma noz. A ideia é simples e engenhosa. Inicialmente os corvos limitavam-se a deixar cair a noz de uma grande altura sobre o asfalto (que é bastante mais “duro” que um chão de terra), para a partir. Mais tarde os corvos perceberam que a noz se parte mais facilmente se estiver sob a roda de um carro em movimento. E para não serem atropelados os corvos aprenderam a partir as nozes em locais da estrada com sinais de passagem luminosos, tais como passadeiras e cruzamentos. É só largar a noz, deixar que um carro a esmague, esperar pelo sinal verde para peões e ir recolher os restos. Este vídeo da BBC conta tudo!



Nota: Nas falésias da região de Sagres continuam a existir muitos corvos!

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